terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fusca 4 portas

Restaurador de Pirassununga cria uma versão quatro portas do Volkswagen Fusca e mostra que é possível, sem muitas alterações, manter o estilo consagrado do besouro.

Oficialmente no Brasil, a Volkswagen fabricou somente três modelos quatro portas com a motorização a ar: O primeiro foi VW 1600 (mais conhecido como Zé do Caixão), lançado em 1968. Posteriormente ocorreu uma nova tentativa quando, em 1971, foi apresentada a versão quatro portas do fastback TL.



Logo em seguida surgiu a Brasília de quatro portas, inicialmente voltada para o mercado externo e só depois lançada no País.



Por vários motivos nenhum deles emplacou em vendas e, inclusive, existe quem diga que o responsável foi o próprio Fusca, que criou a cultura dos carros pequenos de duas portas no Brasil. Prova disso é que a Volkswagem, na década de 60, lançou uma famosa propaganda na qual, fazendo alusão aos rivais da Willys, os Renault Dauphine/Gordini, argumentava que “era preferível ter duas portas do que quatro portinholas”.
Mas foi na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo, que um Fusca 1966 acabou ganhando mais duas portas e veio mostrar como seria se, um dia, a VW optasse em oferecer um besouro tão diferente.

Tal realização “artística” foi possível graças à união do médico carioca Paulo Panchorra e do restaurador de carros antigos Milton Wagner Ciola. A idéia de criar o Fusca quatro portas teve início em meados de 2006, quando Panchorra comprou um besouro e o enviou para Milton Ciola restaurá-lo. Este último já havia trabalhado para Panchorra anos antes, quando criou, a partir de outro Fusca, um modelo conversível. “Lembro que, quando ele chegou em minha oficina com o besouro, lancei a idéia de criar um modelo quatro portas. Minha intenção, como muitos, era a de fazer algo diferente com um carro tão versátil”, explicou o restaurador.



O médico, que já aprovara o trabalho de transformação feito em seu outro Volks, aceitou o desafio de imediato e topou dar toda a assistência necessária no tocante a compra dos itens, além, é claro, de deixar a imaginação do restaurador correr solta.




SEGUNDO TEMPO

O Volkswagen Fusca foi então levado para a restauração. Embora a carroceria estivesse em bom estado, algumas intervenções foram necessárias. O assoalho, por exemplo, foi todo revisado e passou pelo jato de areia para tirar pequenas ferrugens. Os pára-choques dianteiros e traseiros foram trocados, já que os originais estavam danificados. A cor original, que era cinza, passou a ser o Vermelho Granada, também original da linha VW.



Quanto à mecânica, o dono anterior já havia trocado o motor original, de 1200 cm3, por um 1300, que foi acompanhado pelo sistema elétrico de 12V. O câmbio e o sistema de freios (a tambor nas quatro rodas) foram devidamente revisados e o Fusca ganhou ainda quatro pneus novos, da marca Maggion, modelo Falcon F2, na medida 5-60 R15.
No interior alguns elementos foram mantidos “originais”. Foi o caso do velocímetro, do marcador do nível de combustível e do rádio AM Motoradio Transistor 8. Abaixo do painel está o porta-objetos popularmente conhecido como quebra-joelho. As maçanetas e trincos são iguais para as quatro portas. Somente a tapeçaria dos bancos precisou ser refeita, pois a original estava danificada.




Os bancos receberam novos tecidos, porém não seguiram o padrão original de fábrica, popularmente conhecido como pijaminha. Devido às medidas das portas serem diferentes seus revestimentos, exclusivos, tiveram que ser feitos artesanalmente, mas seguindo o desenho original. Porém, Ciola diz que alguns pontos do acabamento interno deixaram a desejar. “No revestimento que cobre parte do espaço atrás do banco traseiro, conhecido com chiqueirinho, fizeram uma costura entre um tecido e outro. Isso não existe no acabamento original da VW”, detalhou.


Independente disso, o importante é o fato de que a dupla foi responsável pela criação de um modelo único, de excelente aspecto externo e que, inclusive, já tem dado o que falar no meio antigomobilista, provando assim o acerto de Pachorra e Ciola na criação do simpático carrinho.

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